Vitrine

20/06/2008


Iniciar um novo empreendimento significa ter que enfrentar um mercado competitivo e repleto de adversidades, principalmente para empreendedores inexperientes. Quando uma pequena parcela da sociedade decide se organizar em associações autônomas e voluntárias com o objetivo de suprir suas necessidades econômicas, sociais e culturais baseado em responsabilidade social, democracia e transparência, o que fazer para transformar este tipo de organização em um empreendimento sólido e de sucesso?

 

Em resposta a estas questões, a Incubadora Social e Solidária do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do Universidade de Brasília (CDT/UnB) apóia empreendimentos de natureza social, buscando desenvolver a competência, a sustentabilidade e a competitividade empreendedora para essas organizações, cumprindo o papel social que se propõem na redução da pobreza, geração de emprego e renda, estímulo à integração social e o desenvolvimento sócio-econômico local.

 

Uma incubadora é o ambiente mais adequado para o surgimento e fortalecimento de empresas iniciantes. Os empreendedores não têm todas as informações adequadas quando começam, e esse é um dos motivos que resulta na alta taxa de fracasso de empresas no seu primeiro ano. A incubadora dá o suporte adequado, oferecendo uma série de serviços nas áreas de acompanhamento, treinamento e capacitação de recursos humanos, materiais e financeiros, além de assessoria jurídica, de atendimento ao cliente, entre outras.

 

Criada em 2004, a Incubadora Social promove ações que mobilizam empreendimentos que possuem o potencial de geração de emprego e de atração social, uma de suas mais recentes iniciativas foi a Feira de Artesanatos e Produtos Agroecológicos, realizada no último dia 18, no campus da Universidade, disponível para toda a comunidade, os feirantes exibiam artigos de vestuário e artesanato produzidos por associações do Distrito Federal apoiadas e supervisionadas pelo CDT.

 

A feira foi estruturada no princípio da Economia Solidária - tipo de prática econômica baseada na democracia e inclusão, que não tem como objetivo principal o lucro, nem o ganho individual, o bem estar voltado para o coletivo. O princípio se aplica desde as horas trabalhadas adequadas à possibilidade de cada um, à administração do empreendimento e divisão da receita. Uma parte do caixa paga os custos da loja e o restante é repartido entre os integrantes daquela associação que fez o objeto. O Projeto de Economia Solidária nasceu da necessidade de se agregar valor e inovação aos produtos da comunidade de artesãos do entorno e DF.

 

Na ocasião, o coordenador da Incubadora Social, Pedro Henrique Isaac Silva, declarou na palestra ‘Economia Solidária: uma outra economia acontece’, as principais dificuldades que esta modalidade de empreendimento enfrenta como a comercialização dos produtos produzidos, implementação de infra-estrutura e a gestão operacional do negócio. “A economia solidária permite a união entre a prática econômica do trabalho com uma política de desenvolvimento. É uma proposta alternativa de capitalismo”.

 

Inaugurada em 2007 a Bem Me Quero, primeira loja do Distrito Federal que comercializa mercadorias com o conceito de Economia Solidária, fica no Jardim Botânico Shopping e quem visita o local encontra objetos de decoração, roupas, artigos de cama, mesa e banho, e vários outros objetos feitos por mulheres entre 25 e 70 anos de oito regiões administrativas do DF: Recanto das Emas, Varjão, Taguatinga, Planaltina, São Sebastião, Paranoá, Sobradinho e Gama. A gestão do empreendimento fica a cargo dos cooperados, com a supervisão da UnB.

 

De Brasília para o mundo

A beleza e simplicidade das peças da Entre Nós – uma das associações da Bem Me Quero que com apenas 2 anos e 4 meses de existência já conquistou países como Japão e Porto Rico. Estreantes no evento Fashion Rio Fashion Business que aconteceu em junho de 2008, no Rio de Janeiro, as artesãs de São Sebastião desenvolveram a coleção À Moda dos Chefs de Cozinha inspirada nos sabores peculiares da gastronomia brasileira, com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

 

Uma das artesãs hoje secretária da associação, Doralice Carvalho, fala da sensação de participar de um evento desse porte: “Essa experiência fora de Brasília foi muito boa, nossas peças receberam muitos elogios de pessoas de várias partes do mundo, foi um aprendizado que pretendemos colocar sempre em prática dentro da associação”.

A intenção da Entre Nós para os próximos dias é atender toda a demanda de encomendas e se preparar para a 14º Paralela Gift – feira que acontecerá em agosto, em São Paulo, onde apresentará uma extensa linha de artigos de copa e cozinha: são toalhas de mesa, guardanapos, jogos americanos, panos de prato, toalhas de lavabo, luvas, aventais, produtos de decoração de mesa como descanso de talheres, porta guardanapos, que ganharam o toque feito à mão de diversas técnicas do artesanato, como bordado, crochê, biscuit, entre outros.

 

Denise Porfírio
Estagiária do Núcleo de Comunicação do CDT