O Seminário Internacional encerrou a série de encontros “The World Café”
Foi realizado na tarde desta terça-feira (26) na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em Brasília, o Seminário Internacional sobre Políticas de Estímulo ao Empreendedorismo. Promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em parceria com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), o evento teve como objetivo apresentar as diferentes perspectivas internacionais de formulação e implementação de políticas públicas para o empreendedorismo, e principalmente, as teses e diretrizes propostas ao longo de uma série de encontros regionais – as Oficinas The World Café, que passaram por seis capitais mais o Distrito Federal – e finalizou com a consolidação e validação das mesmas.
Participaram da cerimônia de abertura, o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), professor Luiz Afonso Bermúdez; o diretor de Micro, Pequenas e Médias Empresas do MDIC, Sérgio Nunes; o presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, deputado Pedro Eugênio (PT-PE); o vice-presidente financeiro da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Luiz Gil Siuffo; e o diretor nacional do Projeto de Apoio aos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, Samuel Antero.
O Seminário foi dividido em dois painéis e uma mesa redonda. No primeiro momento, a vice-diretora do CDT/UnB, professora Ednalva Morais apresentou as teses e diretrizes que nortearam a discussão da política durante os encontros realizados nas principais cidades e capitais brasileiras. O segundo painel apresentou projetos e foi ministrado pelo consultor do Projeto Diálogos Setoriais Brasil União-Europeia, Carl James; pela chefe do Departamento de Políticas Empresariais e de Programas de Capacitação Empresarial da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), Fiorina Mugione; e pelo diretor nacional do Centro de Desenvolvimento do Espírito Empresarial da Universidade de Icesi (Colômbia), Andrés Felipe Otero.
A coordenadora do PNE Ednalva Morais iniciou sua apresentação explicando os objetivos do Projeto e o porquê da elaboração de uma Política Nacional de Empreendedorismo, que segundo ela, “é um driver para o crescimento econômico, geração de emprego, inovação e produtividade. Ele se relaciona com a inovação e ambos estão associados com o ‘fazer algo novo’”, afirma.
Ednalva relatou as experiências adquiridas com os encontros das oficinas realizadas nos meses de maio e junho, e que sugestões como educação com maior foco no empreendedorismo e na inovação; sistematização e previsibilidade aos programas e iniciativas existentes; redução e simplificação dos procedimentos de recolhimento dos impostos e taxas; massificação das informações, conhecimento e tecnologias; e interiorização dos programas, serviços e apoios, foram unânimes.
E destacou ainda a importância do entendimento de que a PNE não se confunde com estas políticas, mas que atuará na integração e harmonização dos instrumentos e mecanismos previstos naquelas para o alcance das diretrizes e dos objetivos da PNE, bem como na elaboração de novos instrumentos de ação que possam preencher possíveis lacunas identificadas.
O consultor Carl James defendeu um sistema efetivo para implementar as estratégias de estímulo ao empreendedorismo que inclui uma política de inovação relacionada à pesquisa, com foco em pequenas e médias empresas.
Fiorina, que trabalha há cinco anos com a rede Empretec, apontou que o Brasil é um país que apresenta muitas oportunidades, e sempre irá apresentar. Para ela, é importante focar em trabalho para fortalecer o estabelecimento de startups no mercado e ajudar os governos para que se recuperem da crise. A representante destaca que não fala apenas só do desenvolvimento das empresas, mas também dos desafios, “quando uma empresa é criada, ela deve estar pronta para gerar empregos e inovar, e para que isso aconteça, é preciso pensar fora da caixinha”; e defende ainda que é preciso minimizar os obstáculos regulatórios para quem vai integrar startups e campanha nas mídias explicitando quais programas estão disponíveis para ajudá-los.
Por último, Andrés apresentou as leis que fomentam o empreendedorismo na Colômbia, como a lei de formalização empresarial; de inovação; e de cultura ao empreendimento.
A mesa redonda mediada pelo professor Bermúdez foi o ápice do evento e culminou com a validação e consolidação das teses e diretrizes propostas. A política será um mecanismo de governança das diversas ações de incentivo ao espírito empreendedor nacional, guiando desde iniciativas de capacitação até estímulos creditícios e financeiros. O texto, que foi consolidado no Seminário Internacional, irá à consulta pública no dia 12 de julho.
LÍVIA CAROLINA MACHADO
Jornalismo
Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento e Comunicação – NPDC
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB