O Movimento Empresa Júnior (MEJ) iniciou-se em 1967, na França. Rapidamente a ideia se difundiu no meio acadêmico francês. Na década de 80, o modelo francês consolidou-se e começou a se difundir internacionalmente, sendo levado para Suíça, Bélgica, Espanha, EUA e Brasil. As ideias e os conceitos fundamentais do movimento foram trazidos para o Brasil, em 1988, pela Câmara de Comércio e Indústria Franco-Brasileira.
Nesse contexto, para apoiar a criação e o desenvolvimento de empresas juniores da Universidade de Brasília, foi criado em 1993, o Programa Empresa Junior, cujo objetivo é estimular o crescimento e a capacitação de estudantes da graduação na prática do empreendedorismo.
Durante palestra proferida nesta quinta-feira (25), na edição de abril do Café Empresarial do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), a coordenadora de Extensão, professora doutora Cristina Castro abordou a importância das empresas juniores na formação desses futuros empreendedores.
“O Programa Empresa Junior visa formar formadores para o mercado de trabalho, então, é fundamental a gente pensar em competências, ou seja, em conhecimentos, habilidades e atitudes dos nossos alunos e da nossa sociedade para que o mercado seja de maior igualdade, e de maior crescimento econômico para o nosso país”, explica a professora.
Cristina também falou sobre o trabalho da Escola de Empreendedores do CDT que desenvolve, em parceria com o CNPq, pesquisas referentes à área de Empreendedorismo, Inovação, Ciência e Tecnologia; além de ofertar as disciplinas de graduação “Empresa Júnior 1” e “Empresa Junior 2”, que visam explorar a importância dessas empresas para o desenvolvimento profissional dos universitários por meio da discussão de temas relacionados à gestão que os auxiliem na realização de suas atividades.
Na oportunidade, Cristina defendeu que o processo de extensão dentro da universidade é essencial, pois é justamente o que subsidia a formação de professores e alunos. “O alto padrão de qualidade equivale às pesquisas desenvolvidas na academia. É a busca por novos processos e soluções que surgem das ‘pequenas’ necessidades que o mercado demanda.”
Para completar e consolidar a formação desses alunos, a Empreend promove diversos eventos como a Feira de Negócios e Inovação, um espaço de livre convivência e discussão para amadurecimento das proposições de novos negócios, serviços, métodos e produtos apresentados pelos alunos; a Semana do Empreendedor, que tem por objetivo promover e difundir a cultura empreendedora na Universidade e na comunidade; e a Estação Empreendedorismo, projeto que oferta palestras gratuitas sobre temas vinculados ao empreendedorismo, inovação e tecnologia.
Experiência – O estudante de publicidade Felipe Cardoso, da empresa Doisnovemeia falou da importância de participar do programa Empresa Junior. “Essa vivência dentro da empresa é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento de atividades e competências empreendedoras, além da vontade de fazer e realizar coisas maiores e melhores, sempre”, revelou.
Para Ester Sabino, o programa ajuda a colocar na prática o que se aprende na universidade. “A (empresa) Lamparina Design dá oportunidade para a gente aprender, se inserir no mercado; e saber como lidar com clientes, saber projetar, saber o que é o nosso curso e o que a gente faz. E isso permite que tenhamos uma visão além da área acadêmica, porque a nossa graduação ajuda até um certo ponto, e a empresa ajuda a ir além do acadêmico, ajuda no institucional, ajuda a fazer negócios e a lidar com os nossos clientes, principalmente”, defendeu a estudante de Desenho Industrial.
Já o estudante de Comunicação Organizacional, Gabriel Freire, explica que a experiência dentro de uma empresa Junior o levou além da capacidade técnica. “A Facto me agregou muito na parte técnica, inicialmente, mas depois eu vi que o crescimento profissional e como pessoa foi muito grande, principalmente por me dar o diferencial de ser empreendedor pra poder trabalhar com gestão e assumir cargos de liderança. Isso me dá uma vantagem competitiva frente às outras pessoas e aos outros profissionais de comunicação, porque o mercado de comunicação é muito competitivo hoje em dia”, finalizou.
Para conhecer mais sobre o trabalho da Escola de Empreendedores e as disciplinas ofertadas, acesse.
LÍVIA CAROLINA MACHADO
Jornalismo
Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento e Comunicação - NPDC
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília - CDT/UnB